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quinta-feira, 31 de maio de 2012

MIB - Homens de Preto 3 (2012)


Men in Black III, 2012. Dirigido por Barry Sonnenfeld. Com Will Smith, Tommy Lee Jones, Josh Brolin e Susan Sarandon.
Nota: 7,2 

Pode-se dizer que no cinema a máxima de “um é pouco, dois é bom e três é demais”, é quase um axioma quando se trata de franquias que não mantém um elo conectivo entre seus filmes. E a possibilidade de a terceira parte ser um potencial fracasso aumenta vertiginosamente quando esta é retomada após dez anos de esquecimento. Porém, Will Smith volta ao personagem que o alçou ao estrelato, apostando em muito humor e viagens no tempo para agradar o público.

O roteirista Etan Cohen (que não é o famoso irmão de Joel Coen, de Onde os Fracos não Tem Vez) precisou de um mote diferenciado para que esta nova aventura não fizesse com que o icônico Tommy Lee Jones ficasse de fora, mas que também não fosse submetido ao intenso ritmo dos outros filmes, já que se trata de um senhor de 78 anos de idade. Sendo assim, aproveitou a idéia inicial de Will Smith e transferiu as principais ações para o passado. Isso fez com que a participação do veterano ator se resumisse ao início e ao fim do longa.

A história começa com o perigoso alienígena Boris, O Animal, escapando da prisão lunar com a intenção de se vingar do homem que o colocou lá e foi responsável pela extinção de sua raça a mais de quarenta anos: o Agente K (Tommy Lee Jones). Para isso, volta no tempo para que o curso da história mude. Entretanto, o parceiro de K, o Agente J (Will Smith), também retorna ao passado para ajudar a versão jovem de seu parceiro (Josh Brolin), e ainda descobrir segredos antes não revelados.

O problema do roteiro de Cohen é na falta de sentido em sua elaboração de causas e efeitos do sempre complicado tema de viagens no tempo. Por vezes nos pegamos pensando se tal situação aconteceu, por que então isso aqui não mudou por aquilo? Porém, se tais questões forem deixadas de lado, tudo funciona. A carga cômica de Smith, as homenagens à década de 60, com direito a um agente Andy Wharol, a forma como adicionou uma tensão dramática maior que nos dois primeiros filmes foi bem-vinda. No fim, todos os pontos soltos no decorrer da trama se ligam de forma surpreendente. Todavia, quase tudo poderá desagradar aos fãs da franquia, acostumados com o frenesi quase ininterrupto.

Will Smith enche a tela. Depois de quatro anos afastado do cinema, decidiu retornar justamente no personagem que elevou seu nome ao nível de estrela gigantesca. É o papel que se sente mais à vontade, e isso é perceptível a cada sequência em que cai, atira, distribui socos e faz rir da forma mais natural possível. Já Josh Brolin surpreende. Seu jovem K não pretende em momento algum ser uma imitação do sisudo e cético do sempre ótimo Tommy Lee Jones, e sim uma versão singular que respeita os traços e a personalidade do personagem.

O fato é que MIB – Homens de Preto 3 não é um grande filme, e talvez nem tenha tais aspirações. Porém, diferentemente de outras sequências desconectadas de seus originais, o longa consegue manter um certo nível de apreciação e dá um fim digno à franquia. É só não inventarem de rodar MIB 4, senão, aí não haverá viagem no tempo que consiga honrar os esforços de Will Smith.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Precisamos Falar Sobre o Kevin (2011)


We need to talk about Kevin, 2011. Direção: Lynne Ramsay. Com Tilda Swinton, Ezra Miller e John C. Reilly
Nota: 9

A manchete é assustadora: “Massacre em escola mata tantos e fere outros tantos.” São tragédias deste tipo que infelizmente inundam nossa realidade, criando as maiores tempestades na mídia e por fim, levantando as mais variadas questões sob todas as perspectivas. O fator sintomático de ação e reação; as consequências do fato em âmbito nacional de segurança pública; as razões que levam uma pessoa a cometer tamanha atrocidade.

Histórias tensas com final trágico costumam vender muito quando na maioria das vezes são abordadas de forma sensacionalista na mídia. Mas para quem quer estar mais preocupado com os entornos que cada episódio deste pode levar a humanidade cabe uma reflexão por diversos pontos. De um ponto instigante, a diretora Lynne Ramsay nos aproxima da vida pessoal e particularmente familiar do garoto Kevin (Ezra Miller), responsável por cometer um assassinato em massa no colégio onde estuda. Uma infância no ostracismo bem como sua fase de adolescência problemática, tem seu ápice na difícil relação com a mãe. Um tremendo fio condutor capaz de desenvolver um enredo interessante para qualquer história. Em Precisamos falar sobre Kevin ela constrói uma trama fabulosamente espreitada de pontos interessantes para ficção e realidade. Ao contrário da maioria das histórias que centraliza nas vítimas e na dor de seus familiares, aqui vimos pelo ponto da família do réu em questão e o que nos aponta o outro lado da moeda delineando o verso de mais uma página cinematográfica.

Partindo desta perspectiva intimista, o filme de Ramsay nos conduz por uma montagem brilhante do passado, presente e futuro da escritora Eva Khatchadourian (Tilda Swinton) e todo processo para moldar sua relação com seu filho mais velho. Dos festejos no passado até a total desolação no presente. Eva sente na pele as consequências do ato infame do filho. Sua vida é tomada por frequentes atos de hostilidade explícita por parte de famílias, colegas de trabalho e vizinhos. Todos lançam obre ela um olhar de carrasco. De aspecto frágil e esmiuçado, Eva transparece uma dor dilacerante para quem se identifica com seu sofrimento graças a um trabalho estupendo de Tilda Swinton, que por razões desconhecidas, não concorreu à estatueta daquele ano. Certamente, seria uma das fortes candidatas a levá-la para casa.

Ao longo do filme embarcamos por dentro da vida cotidiana de Eva e Kevin, mãe e filho com sérias dificuldades em se comunicar.  As atuações precisas de Tilda e Ezra dão veracidade às cenas em que a falta do diálogo prevalece sobre esta relação e nos ajuda a compreender o quão difícil é para qualquer uma das partes, deixar fluir seus mais profundos sentimentos. Sejam eles positivos ou negativos. Cada cena nos ajuda a formular as palavras do artigo das páginas deste jornal familiar. Em nenhum momento, ela nos dá o ponto final das razões do ato de Kevin, e muito menos julga severamente a falta de uma atitude mais afetiva por parte da mãe. É este contexto subjetivo que torna o filme tão apreciável fornecendo os pingos nos is necessários para nossa própria frase de conclusão.

Pelo lado o Pai, o perfeito trabalho de John C. Reilley, expert em interpretar maridos insossos e dominados, coloca mais subjetividades no seu lugar na família atrás de Eva e Kevin. Como um bom pai da Era das Cavernas até a Medieval, seu trabalho é apenas promover a casa, deixando as questões mais viscerais, os problemas nas mãos da mãe, que se perde num ambiente sem diálogo e aproximação. 

As dificuldades na relação entre pais e filhos sempre ditam e vão sempre ditar os rumos que devem tomar cada parte dela na construção de uma história. A culpa que uma das partes chega a sentir é algo humano, ou seja, compreensível dentro de qualquer contexto. Contudo, não é isto que explana as decisões de uma pessoa num momento negativo da sua existência. Quando o passageiro sombrio que assola a vida de qualquer um de nós toma o controle. Temos que ser nós mesmos os responsáveis por cada ato que visamos fazer em nossa vida. E para isso o diálogo entre as partes interessadas ainda é o melhor caminho, mesmo quando se trata de personalidades fortes e independentes. Mais do que nunca precisamos falar. Para que no fim não tenhamos mais que ler as manchetes assustadoras de cada dia. Este é o eixo principal de uma narrativa surpreendente e assustadoramente excitante. Belo e assustador. 

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Cannes 2012 - Vencedores da Seleção Oficial

O mais badalado festival de cinema do circuito, o Festival de Cannes, conheceu ontem seus vencedores. Confiram a lista dos vencedores da Seleção Oficial, categoria Longa-Metragem:

PALMA DE OURO - MELHOR FILME
Amour - Michael Haneke


GRANDE PRÊMIO DO JÚRI
Reality - Matteo Garrone


MELHOR DIRETOR
Carlos Reygadas  - Post Tenebras Lux


PRÊMIO DO JÚRI
The Angels Share - Ken Loach


MELHOR ATRIZ
Cosmina Stratan & Cristina Flutur - Beyond The Hills


MELHOR ATOR
Mads Mikkelsen - The Hunt


MELHOR ROTEIRO
Beyond The Hills - Cristian Mungiu


CÂMERA DE OURO - FILME DE ESTRÉIA
Beasts of The Southern Wild - Benh Zeitlin


PRÊMIO DE CONTRIBUIÇÃO TÉCNICA
Thomas Vinterberg – Fotografia de The Hunt


Michael Haneke é um diretor diferenciado, consegue transmitir de forma absolutamente intimista as mais diversas características da psique humana. Foi assim no arrebatador Violência Gratuita (97), no suspense Cache (2004) e em sua obra-prima A Fita Branca (2009). Em Amour era de se esperar que conseguisse transmitir as mazelas da velhice, que cheira a morte por todo os lados. Se foi com a categoria que demonstrou no filmes citados, é de se esperar uma obra de arte, e uma confirmação de que o prêmio foi para as mãos certas.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

A VIDA DOS OUTROS (2006)


Das Leben Der Anderen, 2006. Dirigido por Florian Henckel von Donnesmark. Com Ulrich Muhe, Sebastian Koch e Martina Gedeck
Nota: 9,5


“Se quiser conhecer bem uma pessoa, dê poder a ela.” Muito se ouve a despeito deste mítico dito popular que tem como objetivo caracterizar o fundamento do caráter, também chamada índole, de uma pessoa frente ao poder ao ela incumbido. Seu sentido ganha contornos pejorativos quando segue-se a linha de que o poder corrompe, destrói, gera o declínio pessoal e enraíza os estigmas de solidão. Mas qual é a nota o parâmetro traçado pela força do mesmo para direcionar seus atos?

Vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2008, A vida dos outros é um filme histórico. Não apenas por entrar na seleta lista de vencedores do Oscar, mas também por partir de um ponto fundamental dentro de nossa própria história.

Estamos na década de 80 na Alemanha Oriental dominada pelas ideias socialistas de um sistema que preza acima de tudo, o poder totalitário em todos seus segmentos como pretexto manter uma ordem instalada no pós-guerra. Em pleno auge da Guerra Fria, o Governo da RDA (República Democrática Alemã), através da STASI, órgão responsável por exercer o poder executivo do Estado. Municiando-se das paranoias onipresentes do mesmo, a ordem era observar todos os movimentos de pessoas que eram consideradas no mínimo, suspeitas de atos de espionagem. Com isso, a classe que mais sofria com toda esta “marcação” eram os famosos artistas, considerados subversivos e liberais. Atores, diretores, produtores, escritores e pintores estavam no topo da lista de seus intermináveis interrogatórios. Os oficiais da STASI eram considerados os melhores do ramo, e um deles em especial se encaixava apropriadamente para esta tarefa.

Como um bom cão farejador, o oficial Gerd Wlesler (Ulrich Muhe) sente que há algo suspeito com um famoso casal de artistas. Ao receber carta branca para comandar um audacioso plano, ele passa a entrar na vida do casal por meio de escutas instaladas no apartamento do diretor de teatro e escritor Georg Dreyman (Sebastian Koch). Tudo era acompanhado pelas ouvidos apurados do oficial. Dos devaneios artísticos de criatividade à vida íntima ao lado da companheira Christa- Maria (Martina Gedeck).

O teatrólogo vai seguindo a linha de obediência ao regime até que o suicídio de seu colega abala não só sua convicção, mas também as do oficial Gerd. Assim, enquanto Georg se envolve diretamente numa trama de denúncia traçada por seus colegas do outro lado do muro, o oficial da STASI se sente cada vez mais cativado pelas ideias e estilo de vida do casal que espiona. Por sua vez, Christa se vê atada as necessidades de se manter fiel ao regime e a seu Regente, em nome de sua carreira. Ela se torna uma valiosa informante no caso. E é na traição da atriz que se desenvolve o ponto primordial do filme.

Através de um processo de descoberta pessoal, Gerd passa a ignorar em seus minuciosos relatórios as atividades suspeitas de seu alvo, deixando fluir a liberdade de expressão do escritor que se traduz pelos artigos que escreve delatando as imposições nocivas do Governo de seu país a todos da classe. Portanto, é a omissão de Gerd que abastece os textos de Georg. Ambos se tornam aliados anônimos pela luta contra a ditadura governamental que furtava a liberdade e por vezes, a vida dos artistas. Ambos usam o poder que lhes era incumbido para tal feito, mesmo que não dispusessem de uma mesma classe ou patente. Ambos triunfam sobre as ideologias radicais de seus algozes.

Florian Henckel toca na ferida histórica de seu país a partir de uma visão azeitada de pessoas influentes dentro da totalidade do poder governamental. Ele parte do ponto de que nem todos com o poder resoluto são tão perversos quanto. A mesma visão foi empregada em 2008 no excelente Operação Valquíria de Brian Singer.

O trabalho impecável do trio de atores deixa transparecer o drama e as inquietações pessoais de cada persona que reage a sua maneira às intempéries ditatoriais. A força do personagem do ator Ulrich Muhe se solidifica devido à experiência real do ator como alvo neste triste episódio da história. Isto certamente o ajudou a construir de forma verossímil a introspectividade de seu oficial linha dura, mesmo nos momentos de redenção. A segurança de Koch e o talento dramático de Martina ajudam a manter o poder de um roteiro formidável. 

O filme é seguramente uma rara obra de apreciação, que nos brinda com vertentes audaciosas ao revelar um lado interessante da personalidade humana. Em tempos difíceis, não cabe a nós identificar o tamanho do poder e a quem ele pertence e sim, o que fazer com o tamanho do poder que nos é dado. Conhecer a fundo os acordes de uma poderosa Sonata que rege nossos princípios. Nisso pode consistir a sua vida e a vida dos outros. 

terça-feira, 22 de maio de 2012

O Garoto da Bicicleta (2011)


Le Gamin au Vélo, 2011. Dirigido por Jean-Pierre e Luc Dardenne. Com Cecile De France, Thomas Doret e Jeremy Renier.

Nota: 9.3

Com uma história simples, os irmãos Jean-Pierre e Luc Dardenne traçam um perfil psicológico de uma criança que sofre com o abandono do pai e tem que recomeçar a vida ao lado de uma tutora em O Garoto da Bicicleta. Se não contasse com uma brilhante direção dos belgas, o longa poderia até arrancar bocejos, porém a cada plano-sequência, conduzidos com primazia, ao estilo dos mestres da Nouvelle Vague, é possível perceber o nascimento de um grande filme.

A trama começa com o pequeno Cyril (Thomas Doret) em um colégio interno, desesperado em busca de informações de seu pai e de sua bicicleta. Em uma de suas fugas da instituição, ele encontra Samantha (Cécile de France), que, ouvindo a estória do menino, decide recuperar seu brinquedo e também ser sua tutora aos finais de semana. Entretanto, para que seu desejo em ajudá-lo se firme, ela terá de enfrentar alguns problemas pelo caminho.

Os irmãos diretores criam uma obra sentimental sobre relações humanas, muito bem ao estilo que os fizeram conhecidos no cenário europeu. Engendram uma reconstrução da vida de uma criança rejeitada pelo pai e, primeiramente, usam a bicicleta para representar sua carência, pois ela é a única ligação paternal de Cyril. A forma crua com que o amor que sente é, aos poucos, destruído não chega a ser cruel, mas confere certa dose de melancolia à trama.

Quem pôde acompanhar filmes da época de ouro da Nouvelle Vague pode até identificar certos aspectos de seu cinema. Não à toa, O Garoto da Bicicleta carrega referências perceptíveis de produções do movimento, principalmente Os Incompreendidos, de François Truffaut. Para ser mais claro, o plano-sequência onde Cyril dispara em sua bicicleta por vários metros pode ser comparado, em plástica e contexto, à brilhante passagem do filme de Truffaut, em que o menino corre por vários minutos até chegar à praia.

O fato de o longa ter ganhado a Palma de Ouro no Festival de Cannes deve-se à construção da epopéia angustiante que cria no público um julgamento inevitável ao comportamento do menino. Ao mesmo tempo em que nos força a entender e se colocar em seu lugar. A quase ausência de sonoridade é quebrada apenas para demarcar os momentos de mudança de ato na condução dos diretores. Isso fez com que o filme não ficasse em segundo plano no festival, mesmo com a toda a badalação de A Árvore da Vida, de Terence Mallick, e O Artista, de Michel Hazanavicius.

A estrela em ascensão, Cécile de France, mostra todos os atributos que chamaram a atenção de Clint Eastwood e a levaram a atuar em Além da Vida (2010). A intensidade de sua interação com o menino, tanto nos momentos de crise, quanto nos de alegria, fizeram seu conceito só aumentar. Já o jovem Thomas Doret não se intimidou e provou que não foi à toa que se sobressaiu perante vários garotos no processo de escolha para o papel de Cyril. Sua expressividade e postura são invejáveis, ainda mais para uma criança de 11 anos.

Mesmo depois de quase tudo resolvido, os Dardennes ainda guardaram a grande lição de seu filme. O aprendizado final do garoto guardou o momento de maior brilhantismo, deixando o subjetivismo, mais características de Truffaut, Godard e cia., fazerem de seu final o melhor dos últimos rodados em 2011. O único pesar é que os diretores são desconhecidos do público brasileiro, o que pode provocar certa rejeição, porém, quem apostar na história de um menino com sua bicicleta, não vai se decepcionar.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

DEZ FILMES PARA VIAJAR


Apertem os cintos, pois a aventura já vai começar! Perseguições frenéticas, buscas por tesouros milenares, viagens interplanetárias, batalhas no espaço sideral. A fantasia e ficção é a fonte precisa da aventura como o combustível que move todos os cinéfilos que procuram um bom entretenimento, criando heróis em sequências inesquecíveis. Receita infalível para deixar a rotina estressante do dia-a-dia um pouco de lado. Somente através dele, mesmo atados a uma poltrona, podemos viajar por cidades, países, planetas, galáxias. E tudo sem perder o fôlego que insiste em deixar nossos heróis um pouco mais humanos a cada desafio espetacular que enfrentam. Aqui listamos dez filmes que marcaram a história do cinema pela ação ininterrupta de qualidade:


O MÁGICO DE OZ (The Wizard of Oz, 1939)

“O filme espanta ainda hoje”
SET ESPECIAL – 1000 VIDEOS
A todos os jovens de coração foi dirigida esta produção musical de grande sucesso da MGM. Baseado no livro de L. Frank Baum, O Mágico de Oz de Victor Fleming, transporta os puros de coração a uma incrível viagem por um mundo de sonhos e magia. Nele, embarcamos com a menina Dorothy (Judy Garland) e seu cãozinho Totó através de um indesviável ciclone que varre a fazenda onde a menina mora com os tios. Assim ela vai parar na Cidade Esmeralda, terra natal do imponente Mágico de Oz. A jornada de Dorothy consiste em encontrar o mágico para ajuda-la a voltar para casa. No caminho, ela conhece três leais e imperfeitos amigos (Espantalho, Homem de Lata e o Leão covarde), que também desejam ter com o Mágico. Juntos, o grupo de amigos enfrenta a Bruxa Malvada do Oeste (Margareth Hamilton), para enfim, conseguirem o seus objetivos. Muitos podem afirmar que se trata apenas de uma simples aventura. Mas, o filme que teve um pomposo orçamento, impressiona pelas qualificações técnicas que mescla dois tipos de fotografia e belíssimas músicas de tom alegre e convidativo, bem como sua história cativante. O verdadeiro valor da amizade e o poder da superação de nossos limites é o carro-chefe que conduz o filme pra lá de divertido. Reza a lenda que para o papel da menina com sapatos de rubi, o estúdio queria a estrela da época, Shirley Temple, que por decisões contratuais com outro estúdio, foi retida pela Fox. Judy Garland, mesmo considerada velha para o papel, ficou com a vaga. Uma opção formidável, uma vez que o carisma da estrela fez da menina Dorothy um personagem tão mítico quanto a canção Over the Rainbow. Uma aventura pelo coração de uma menina doce e sensível num filme inesquecível que merecidamente entrou na galeria de um dos maiores clássicos do cinema. Uma obra imperdível que mostra que não há melhor lugar do que o coração dos jovens de todas as idades para se aventurar.

Foi bom demais: a chegada de Dorothy a terra de Oz. Lá, a menina logo se convence de que não está mais no Kansas e se inebria com uma recepção tão amistosa de seus novos amigos. Entre uma canção e outra, todo o ambiente é infestado de magia.

 

GUERRA NAS ESTRELAS: EPISÓDIO V – O IMPÉRIO CONTRA-ATACA
(Star Wars: Episode V – The Empire strikes back, 1980)

“Fantástica continuação de Guerra nas estrelas com muita ação e belíssimos efeitos especiais.”
VIDEO 1993 

Não se pode falar de aventura sem falar de Star Wars, ou simplesmente, Guerra nas estrelas. Uma das maiores, mais conhecidas e mais amadas franquias do cinema, marcou pela utilização pioneira de efeitos especiais que fascinaram o público em sua primeira sequência, Uma nova esperança (1977). Daí em diante Han Solo (Harrison Ford), a Princesa Lea (Carrie Fisher) e Luke Skywalker (Mark Hill) se tornaram mais que personagens de ficção científica. Eles entraram pelo espaço sideral de nosso entendimento e transpassaram por entre os corações de uma geração tamanha o impacto da obra de George Lucas. Como um meteoro colidiu com o sucesso na segunda sequência. Os já conhecidos efeitos especiais vieram ainda mais aprimorados aliados a uma precisa construção dos personagens. Feito que catapultou a figura mítica do supervilão Darth Vader. Após destruírem a Estrela da Morte, uma espécie de Fortaleza do Mal do Império Galáctico, os rebeldes tiveram que se defrontar com uma inesperada reviravolta. A captura do corajoso Han Solo e da Princesa Lea pelos inimigos, abalaram Luke. Mas nada se comparou ao impacto de uma terrível revelação quando o jovem Jedi descobre que seu pai é nada mais, nada menos, que seu arqui-inimigo. Esta revelação não causou um choque apenas no personagem, mas também em todo público que se viu ainda mais enredado pela trama de Lucas. Passagem que por si só colocou o filme como o melhor de toda a franquia. No entanto, seu poder se fortaleceu pela ação mais eletrizante com os emblemáticos sabres de luz, romance entre os personagens regulares e tiradas cômicas impagáveis dos amados seres robóticos C3PO e R2D2, responsáveis pelos divertidos momentos dentro da saga. Por tudo isso, O Império contra-ataca contra-atacou seu antecessor de forma ainda mais fascinante, tornando-se a chave mestra para todos que querem embarcar nesta espetacular guerra nas estrelas onde o Bem e o Mal andam lado a lado com a força de cada um.

Foi bom demais: o embate entre Luke e Darth Vader. Entre um golpe e outro dos sabres de luz, o vilão tenta persuadir o filho para o Lado Negro da força, e quando vê que o corajoso guerreiro prefere morrer com a mão decepada, Darth usa uma última cartada revelando sua verdadeira identidade. “Luke, eu sou seu pai”, imortalizou um momento memorável em Star Wars. 



INDIANA JONES E OS CAÇADORES DA ARCA PERDIDA
(Indiana Jones and The Raidders Lost Ark, 1981)
“Ele nunca nos deixou.”
SCI-FI NEWS
Quando o pai de Guerra nas estrelas resolve juntar-se a Steven Spielberg, o resultado não poderia ser outro. Sucesso absoluto! George Lucas apostou em seu galã de alma Jedi para dar vida ao mais famoso aventureiro da história do cinema. Como todo super-herói que se preza, Indiana Jones tem uma identidade secreta. Henry Jones é um pacato professor universitário que usa uma espécie de “nome de guerra” para conseguir o que todo arqueólogo almeja. Se aventurar pelos quatro cantos do planeta em busca dos grandes artefatos históricos em prol da própria história. “Isto pertence ao Museu”, se justifica cada vez que um vilão tenta dar um destino diferente aos objetos. Tudo isso sendo apenas um homem isento de superpoderes, o que deixa nosso herói ainda mais atraente. Harrison Ford o imortalizou em outras três sequencias, mas a primeira impressão é sempre a que fica. Em Os caçadores da Arca Perdida, o charmoso arqueólogo parte para encontrar o maior símbolo de aliança de Deus com os homens. A sagrada missão incumbida ao herói foi o grande chamariz do filme. Afinal, no mundo em que vivemos, muitos tentam encontrar uma maneira de nos conectar com Deus. Por isso, nos juntamos ao professor em sua superaventura na busca pela Arca da Aliança. O filme criou ingredientes míticos dos filmes de aventura, servindo de referência para outros do gênero. Embalados por uma inesquecível música-tema, Jones e seus inseparáveis acessórios se deparam com problemas típicos dessas aventuras. Bandidos inescrupulosos, donzelas em perigo, répteis rastejantes e, claro, confronto com o sobrenatural. Elementos que tornam o filme protagonizado por este carismático herói, um dos maiores clássicos de aventura de todos os tempos. 

Foi bom demais: já de primeira somos apresentados ao herói em mais uma de suas aventuras pelo mundo, mais precisamente na América do Sul, quando ele usa sua astúcia para retirar um ídolo dourado sem deixar que este gesto dispare uma terrível armadilha. Mas, como no mundo Indiana nada sai como planejado, as consequências vem em forma de rajada de flechas, um abismo que avista uma porta se fechando e para terminar, uma perseguição implacável de uma bola de pedra. Ufa! Haja fôlego!


ALIENS 2 – O RESGATE (Aliens, 1986)
“Maternal, a tenente Ripley de Sigourney Weaver fica mais furiosa e se torna a maior heroína de ação de ficção científica”.
1001 Filmes para você ver antes de morrer
O que você faria se seu filho estivesse correndo perigo mortal em volta de dezenas de Monstros assustadores e quase indestrutíveis? É justamente esta questão que, mulheres e especialmente mães, deixam aflorar uma força inimaginável quando se trata de suas crias, mesmo que não seja sangue de seu sangue. Aí o desafio se torna tão admirável quanto à personagem mais marcante da carreira de Sigourney Weaver. Nesta continuação do megassucesso Alien (1979), a única sobrevivente da nave Nostromo agora se encontra 57 anos posteriores a uma das mais chocantes tragédias do espaço. Logo de cara, a corajosa Tenente Ellen Ripley descobre que um grupo de pessoas colonizou o desconhecido planeta LV 426, a terra natal da besta galáctica que acabara de enfrentar. Mesmo traumatizada, Ripley é convencida por um dos inescrupulosos cientistas a liderar um grupo de resgate ao LV 426. Como era de se esperar, o local foi totalmente arrasado, restando apenas uma sobrevivente. Uma menina cuja sorte se liga ao destino de Ripley. Coube a James Cameron reestruturar a estrutura tecnológica de Alien que deu suporte a esta brilhante continuação. No entanto, Alien 2 – o resgate fez desta estrutura algo mais aprimorado dando vida a um roteiro bem mais elaborado e cheio de nuances psicológicas. Ripley ganha um contorno mais dramático entre traumas, dor e frustações. Contudo, a reviravolta da personagem ocorre justamente quando ela tende a se defrontar com seu pior pesadelo, descobrindo em si mesma um dom que pensava ter morrido juntamente com sua filha. Ao proteger a pequena Newt (Carrie Henn) de um ataque de Aliens, ela se torna a figura mais maternal dos filmes de ficção. Além disso, a inserção da versão maternal do Monstro ajudou a consolidar a figura de Ripley como uma guerreira perseverante, e garantiu a Sigourney Weaver uma merecida indicação ao Oscar de melhor atriz. Uma façanha se tratando de filmes do gênero. Alien 2 consolida a mitologia criada em torno do primeiro filme sendo constantemente apontado como uma das melhores sequências de todos os tempos.

Foi bom demais: depois de ver Newt ser capturada, Ripley não se conforma com o destino da menina que aprendeu a amar e volta para resgatá-la. O resultado de sua ousadia nos brinda com uma sequência espetacular onde encontra e destrói o ninho dos monstros, deixando para trás uma mamãe bestial pra lá de furiosa. 
 

 
O EXTERMINADOR DO FUTURO 2 – O JULGAMENTO FINAL
(Terminator 2 – Judgment Day, 1991)

“Ele resume tudo isso num grande, empolgante, épico, tecnologicamente assombroso, politicamente correto e humanisticamente inteligente filme de ação.”
SET
Pode-se afirmar com certeza que esta continuação do sucesso O Exterminador do futuro (1984) é uma obra-prima da ficção científica. Mais uma vez, James Cameron, o mestre do ilusionismo cinematográfico arranca aplausos do público e crítica com um filme de qualidade indiscutível. Mais uma vez, o fortão mais carismático do cinema volta à cena no papel que o consagrou. Só que desta vez, a cara sisuda de Arnold Schwarzenegger trabalha em prol do Bem. Ele repete o papel da máquina enviada do futuro para o presente pelo líder da resistência humana a fim de protegê-lo de outro exterminador muito mais avançado. Quando se encontra com Sarah Connor (Linda Hamilton) numa clínica psiquiátrica, o exterminador da Paz a convence de seu propósito.  Juntos, eles tentam destruir os últimos vestígios da Skynet e assim proteger John Connor (Edward Furlong) das garras metálicas do implacável T – 1000 (Robert Patrick). O vilão futurista é o protagonista das imagens mais impressionantes do filme graças a um trabalho primoroso de efeitos visuais, vencedor de todos os Oscar desta categoria. Tudo é perfeito elevando o filme a um estágio atemporal, ou seja, a impressão que se tem é que foi produzido há pouco tempo. Contudo, num mundo dominado pela tecnologia, é essencial apontar os trabalhos de Hamilton e Furlong, que quebram o ritmo cibernético com a relação humana entre a mãe instável e o filho rebelde. Mas é na figura de Schwarzenegger que se apoia o sucesso da franquia. O Apollo musculoso injeta um charme carismático e uma boa dose de ironia cômica a seu Cyborg obsoleto. Isto ajudou e muito ao trabalho de Cameron, que pôde aprimorar sua continuação de maneira segura e arrebatadora, tirando de todos seus elementos a base para transformar O Exterminador do futuro 2 em algo espetacularmente inesquecível.

Foi bom demais: Perseguidos implacavelmente pelo incansável T – 1000, nosso trio de heróis seguem pelas ruas a bordo de uma limitada caminhonete enquanto o vilão surge em um enorme caminhão. Mas a sequência impressionante se deu quando o personagem de Schwarze consegue tombar o caminhão infestando o corpo do vilão com nitrogênio líquido. E antes de fazê-lo em pedacinhos, ele precede o momento com a famosa frase: “Hasta La vista, baby!”


PARQUE DOS DINOSSAUROS (Jurassic Park, 1993)

“É uma sacada dessas que fica claro o gênio de um cineasta.”
MONET
Bem-vindo ao Parque dos dinossauros! O letreiro do enorme portão de entrada é um convite certeiro para uma grande aventura. Tão grande que se expressa pelas palavras sarcásticas do professor Malcolm (Jeff Goldblum) quando brinca: “O que eles têm aqui? O King Kong?” Não, não se tratava da presença lendária fera gigante das selvas africanas. O cineasta Steven Spielberg guardava algo mais assombroso e surpreendente. Ao entrarmos pelos portões do Parque dos dinossauros corremos todos os riscos possíveis em uma aventura. Do deslumbramento inicial da visão de nossos “bichinhos” extintos, passamos pela relevante discussão sobre a influência humana nos propósitos da natureza e chegando enfim, a espetaculares momentos de pura adrenalina e terror. O fascínio causado por essas criaturas ultrapassa bilhões de anos e seu retorno às telas do cinema ultrapassou os mesmos bilhões, de dólares, onde por muitos anos foi a maior bilheteria da história. Outras duas sequências foram produzidas, mas nenhuma que se comparasse a sua produção genial. Spielberg não poupou despesas e um trabalho minucioso para a realização deste grande e ousado projeto. A idealização ingênua de um bilionário excêntrico (Richard Attenborough) o leva a criar numa Ilha particular um parque totalmente diferente de tudo que já se construiu pelo mundo. De imediato, ele contrata os paleontólogos Dr. Grant (Sam Neill) e Dra. Ellen (Laura Dern). Junto deles um cético professor universitário (Goldblum). Quando chegam ao Parque, logo são tragados pela inexplicável emoção de ver um gigantesco brontossauro. Dá-se início então a uma das mais emocionantes, engenhosas e catastróficas aventuras de todos os tempos. Como a natureza sempre encontra um meio de se desatar das amarras humanas, um incidente deixa a Ilha no mais perfeito caos com dinossauros a solta e nossos heróis em apuros. O que se vê daí em diante é uma corrida eletrizante pela sobrevivência. Momentos de ação ininterruptos que deixam os espectadores atônitos em suas poltronas. Não só os efeitos especiais de ponta que elevam o filme de Spielberg. As emoções variadas que ele proporciona oriundas de um roteiro brilhante, a idealização ousada e os diálogos ferinos e inteligentes. Tudo isso faz de o Parque dos Dinossauros algo tão colossal quanto o próprio King Kong.

Foi bom demais: ainda se refazendo de um ataque do tiranossauro Rex, o professor Malcolm olha fixamente para uma poça de água e percebe o perigo eminente. De repente, a enorme criatura sai de dentro dos arbustos e inicia uma desenfreada perseguição. O medo toma conta das pessoas até que o Tiranossauro se resigna com seu fracasso. Estamos salvos.


A MÚMIA (The Mummy, 1999)
Uma aventura romântica com alma futurista. O passado e o futuro se unem na produção de Stephen Sommers. A misteriosa e fascinante civilização egípcia serviu como base a uma das melhores aventuras dos últimos tempos. A figura mitológica de um dos monstros mais famosos de nosso imaginário antagonizou esta excelente trama de mistérios instigantes, tumbas amaldiçoadas, lendas assustadoras. Um verdadeiro chamariz para o público. Quando um grupo de soldados americanos desembarca em Humnaptra, a cidade dos mortos, eles buscam pelos maiores tesouros guardados a sete chaves pelos poderosos faraós do Egito. No entanto, despertar uma terrível maldição milenar era algo que nossos heróis não imaginaram. A criatura seria responsável por trazer consigo as pragas do Egito como anúncio para o fim do mundo. Agora a missão do apaixonante casal de aventureiros Rick O’Connell (Brendan Fraser) e Eve (Rachel Weisz) é colocar este monstro milenar para dormir antes que seja tarde. A Múmia foi uma das grandes surpresas das bilheterias daquele ano. Um filme notável que inseriu de forma coesa todos os elementos indispensáveis para uma grande aventura. Do romantismo de uma trama com o clássico herói escolhido para deter o Mal, a donzela charmosa em perigo e uma alta dose de adrenalina viciante. Obra que nos hipnotiza do início ao fim ao mergulharmos dentro da história. Além disso, a química perfeita do casal de protagonistas eleva a qualidade do filme a algo charmoso e irresistível. Fraser e Weisz acertam na medida quando seus personagens vivenciam situações interessantes que passam pelo romantismo, sacadas cômicas inseridas em diálogos inteligentes e divertidos. Os efeitos visuais ajudam a caracterizar os sustos onipresentes do gênero. Entretenimento de legado milenar que nem as poderosas pragas poderiam deter.

Foi bom demais: a sequência final do filme em que nossos heróis depois de derrotarem o poderoso inimigo, quase são tragados pelas areias do deserto de Humnaptra. Uma fuga alucinante se desenrola a partir dali com muitos sustos e armadilhas. E tudo termina com um beijo apaixonado do casal ao pôr-do-Sol.

 
PIRATAS DO CARIBE: A MALDIÇÃO DO PÉROLA NEGRA
(Pirates of Caribean: the curse of the Black Pearl, 2003)
“Piratas do Caribe tem todos os ingredientes de uma boa aventura.”
Flávia Cristina, amante de uma aventura com qualidade
A presença do Pirata sempre foi bem quista em uma boa aventura que se preze. Um homem de alma livre, que despreza as regras da civilização, deixando se levar pelas ondas dos Oceanos à procura de tesouros, e claro, grandiosas aventuras. E quando o produtor Jerry Bruckheimer expandiu o universo dos Piratas da Disney, a ideia foi um arraso de bilheteria. Os famosos Piratas do caribe atravessaram os Oceanos e foram parar nas telas do cinema. Piratas do caribe: a maldição do Pérola Negra inaugurou com uma perfeição inquestionável algo do gênero. Foi a primeira aventura do escrachado capitão Jack Sparrow, o pirata pouco convencional divinamente interpretado por Jhonny Deep. A síntese de um sucesso orquestrado por uma trama interessante e situações impagáveis. Aqui, ele é convocado pelo ferreiro Will Turner (Orlando Bloom) para ajuda-lo a resgatar a donzela de alma aventureira Elizabeth Swann (Keira Knightley) que por acidente, vai parar a bordo do temido Pérola Negra. O navio amaldiçoado é comandado pelo cruel, mas também engraçado, Capitão Barbossa (Geoffrey Rush). O vilão dos sete mares do além deseja ressuscitar junto com sua população. No filme estão contidos ingredientes fundamentais de uma grande aventura. O Pirata e sua dualidade nada altruísta, os visualmente extasiantes confrontos de espadas, o herói politicamente correto tentando resgatar seu amor perdido, lendas e maldições que se alimentam em excelentes sequências. Mas é na força do personagem e na interpretação de Jhonny Deep que se encontra o segredo do sucesso da franquia milionária. O ator se transmuta física e interiormente com perfeição o Pirata que não deseja, mas que por circunstâncias, acaba se tornando herói na trama. Uma aventura com bom gosto de originalidade, que deixa de lado um dos sinônimos da palavra pirata.

Foi bom demais: “Senhores, sempre se lembrarão deste dia em que quase capturaram o Capitão Jack Sparrow”. Com a ajuda de Will e Elizabeth, Jack escapa da forca arrasando os oficiais britânicos.  Enquanto se despede de todos de forma cínica habitual, ele tropeça e cai nas águas do mar, resgatado pela tripulação de seu Pérola Negra.

AVATAR (Avatar, 2009)

“Avatar não permite espaço para dúvidas justamente por beirar à perfeição”
SCI-FI NEWS

Avatar não foi o pioneiro do CGI (imagens geradas por computador), mas certamente foi o filho mais próspero deste exaltado recurso. Outras produções de sucesso já haviam utilizados este método para a construção perfeita de suas obras, mas foi no filme do visionário James Cameron que ele se consolidou. As imagens perfeitas captadas dos atores Sam Worthington e Zoe Saldana impressionaram ao dar vida ao casal de nativos Jack e Neytiri. O primeiro é um soldado com limitações físicas que se vê dentro do ambicioso projeto de uma supercorporação industrial. A outra é uma princesa guerreira do Planeta Pandora. O lugar é uma espécie de paraíso botânico que esconde no subsolo uma fonte mineral de valor incalculável. Depois de vários insucessos em suas tentativas de invadir o lugar à força, o exército humano elabora um plano de invasão mais “diplomático.” O soldado Jack é inserido na tribo dos Na ‘Vi por meio do Programa Avatar. O revolucionário programa consiste em comandar telepaticamente um ser construído como semelhante aos habitantes de Pandora. Uma vez infiltrado, o soldado seria peça fundamental na realização do plano quase perfeito. Quase, porque o que eles não contavam era que seu agente duplo fosse se afeiçoar tanto à sua vida virtual, que se tornaria o principal empecilho de seu elaborado plano. O roteiro não é uma novidade, mas mergulhar dentro de uma emocionante aventura é algo muito mais que convidativo. A bordo de impecáveis efeitos especiais, viajamos por um Planeta desconhecido e aprendemos a admirar suas belezas naturais, as fantásticas paisagens bem como a riqueza de valores de sua fauna e flora. Avatar nos ensina mais do que sermos ecologicamente corretos. É uma lição de respeito às inúmeras raças e a nossa relação com a Mãe natureza apoiados em sequências visuais impressionantes. Uma junção perfeita de elementos que o fizeram a maior bilheteria da história e um excelente entretenimento para quem quer se aventurar por outro planeta ou mais profundamente, pelo coração do próprio homem.

Foi bom demais: depois de conseguir se conectar com seu guerreiro alado, Jack sobrevoa os céus ao lado de Neytiri como o que ele chama de “o caçador alado sombrio”. O problema é que sua iniciativa deixou descontente o mitológico Toruk Macto, que inicia uma fantástica perseguição alada a nossos heróis rompendo a floresta. As descidas e subidas as montanhas flutuantes encenam um êxtase onipresente a nossos olhos. 

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Farrapo Humano (1945)


The Lost Weekend, 1945. Dirigido por Billy Wilder. Com Ray Milland, Jane Wyman, Phillip Terru e Howard da Silva.
Nota: 9,3

Quando assistimos aos filmes de comédia dirigidos com maestria acima da média por Billy Wilder, pensamos que nasceu para o gênero e não teria jeito para conduzir um drama. Porém, os gênios são só geniais por que aprenderam a vivenciar um todo na arte ou ciência em que se embrenharam. No caso de Wilder, seu dom para fazer filmes hilários, mas que continham uma carga intimista, que desenhava personagens singulares e inesquecíveis sem serem hiperbólicos ou caricatos, veio de seu primeiro grande trabalho, ou melhor, sua primeira obra de arte.

Farrapo Humano conta a história de Don Birnam (Ray Milland), alcóolatra que em um quente fim de semana enfrenta o limite das provações de quem é escravo do vício. Mesmo sob as súplicas de sua namorada Helen (Jane Wyman) e de seu irmão Wyck (Phillip Terry), passa por cima de seus conceitos, sonhos e pudores apenas para sustentar a insaciabilidade de um whisky. Quanto mais avança em sua dualidade inconfortável, mais fica sem esperanças.

Desde o início é possível se sentir desconfortável com a situação de Don, pois é visível sua fraqueza ante a uma garrafa de qualquer bebida que fosse. Wilder não nos poupa dos infortúnios do escritor e ao invés de nos deixarem no júri, para apontar os erros do personagem, nos conduz ao centro das ações. O modo como cria uma cumplicidade com público, chega a tornar insuportáveis algumas situações. Na pior delas, sob o forte calor de Nova York, o declínio moral de Birnam ao tentar, sem sucesso, penhorar sua máquina de escrever é melancólico.

A trilha sonora de Miklos Rozsa evoca o mundo conturbado em que vive o personagem, pois traz uma mistura que remete a insanidade incontrolável de um viciado. Milland, em seu primeiro papel de destaque, faz uma das melhores e mais agoniantes interpretações do cinema. Seu papel é mais perturbador que o de Nicolas Cage (Despedida em Las Vegas, 1995), pois há uma vontade de mudar de rumo, o que não há no personagem de Cage. 

O roteiro de Charles Brackett em conjunto a Wilder foi o primeiro a não tratar o alcoolismo como algo que merecia uma visão cômica. Ao trazer esse realismo impiedoso para as telas, tiveram que conviver com o fracasso de público que não estavam acostumados com tanta veracidade. As leis de produção da época impôs um final feliz ao filme. Entretanto, isso não apagou o brilhantismo do longa que merecidamente recebeu diversos prêmios, entre eles 4 Oscar (Filme, diretor, ator e roteiro) e a Palma de Ouro em Cannes (Diretor e ator).  Sem este libelo do cinema americano, Billy Wilder não teria sido o mestre que foi, e talvez o realismo não teria começado no momento certo em Hollywood.

A PRIMEIRA VEZ É INESQUECÍVEL



“Tudo na vida tem sua primeira vez”. Certamente muitas pessoas já ouviram esta expressão. E seguindo a onda do sucesso da comédia American Pie, que retorna em grande estilo, lembrei-me de minhas primeiras vezes no campo do entretenimento:

CAVERNA DO DRAGÃO

Esta turminha de heróis e suas armas mágicas enfrentavam os mais perigosos desafios com o objetivo de retornar a sua terra natal foi e ainda continua sendo um dos maiores sucessos da TV em termos de desenho animado. As aventuras de Hench, Bob, Sheilla, Diana, Eric, Presto e a unicórnio Uni, tomavam por completo minhas manhãs. E a tarde também quando fantasiava que era a Diana e repetia a aventura em meu quintal. Não conseguia me concentrar em outra coisa pra fazer além de acompanhar cada aventura destes carismáticos heróis. Sem dúvida, Caverna do Dragão foi um dos programas mais amados pelas crianças de todo mundo devido sua essência pura e a facilidade de ensinar bons valores às crianças como lealdade e amizade. Uma coisa rara para se festejar em dia, em contraponto com a tristeza pelo fato da série não ter tido um final por atritos contratuais. No entanto, nada que possa ter apagado as emoções inesquecíveis que aquela turma boa me proporcionou na primeira vez em minha e na infância de muita gente. 

A GATA E O RATO

Pode-se dizer que este estilo de série nasceu com o casal de detetives que tinha por si tanto ódio quanto amor na mesma intensidade. De lá pra cá, várias seguiram esta linha estratégica alcançando um relativo sucesso, mas nada que se me fizesse esquecer as aventuras da gata Maddie e do rato David. Cybill Shepard no auge de sua formosura e Bruce Willis, já dando sinais de sua protuberante calvície, mas com o charme imponente de sempre, exalavam uma química tão perfeita que criava nos fãs uma espécie de hipnose diante da tela. Não perdia um só episódio! Hoje, infelizmente, ainda não tive acesso a seus DVDs, como o de outras séries, mas o status de primeira série de TV que acompanhei com gosto nas sessões aventura da tarde é incomparável. 

O ENIGMA DA PIRÂMIDE (Young Sherlock Holmes, 1985)

Era a década dos grandes blockbusters e Spielberg não poderia ficar de fora desta onda. Depois de nos levar para o espaço e nos emocionar com o extraterrestre mais amado do cinema, o mais famoso diretor dos últimos tempos criou sua versão mais jovem do detetive mais famoso da literatura mundial. O Enigma da Pirâmide foi o primeiro filme que me fez sentar e mais do que apenas ver, assistir a uma aventura enigmaticamente fascinante. Aqui vemos uma versão narrada por Watson da origem de sua amizade com Sherlock Holmes ainda na Faculdade em Londres. Nunca poderei esquecer o misto das primeiras emoções que este singelo filme me provocou. Era uma noite de Sábado em 1989 quando parei atentamente em frente à TV e torci para que o herói desvendasse o mistério e salvasse seus amigos das garras de um poderoso vilão. Por diversas vezes mais voltei a revê-lo em outras sessões. Já nem conseguia mais contar até que parou de ser reapresentado. Hoje, o tenho em DVD e posso assisti-lo quantas vezes quiser, mas certamente as emoções geradas por um olhar virgem e ingênuo daquela noite de Sábado nunca mais serão as mesmas. As mesmas emoções que hoje compartilho por outros bons filmes. 

JEAN CLAUDE VAN-DAMME

Um homem bonito, um ator carismático e um herói implacável. O belga Jean Claude Van-Damme incorporou o estilo Bruce Lee de agir se tornou ídolo de uma geração de fãs dos filmes de ação. O herói em busca de justiça com a força de caráter e a determinação de todo homem de Bem. Todo filme que estrelava tinha o mesmo tema, a mesma estratégia, quase o mesmo roteiro, mas nunca deixou de ser sucesso de bilheteria. Todos, incondicionalmente só queriam ver o grande dragão branco perito em artes marciais dar uma tremenda surra em seus vilões. Não importava se não conseguia conectar frase com frase em seus textos na maioria pobres e vazios, não ligava para isso. Tudo sumia quando gritava no intuito de reprimir o adversário no momento de cada desafio. A beleza escultural e seu carisma selvagem o tornaram meu primeiro ídolo cinematográfico e até hoje me lembro com carinho de suas proezas. 

MOLLY JENSEN (Demi Moore em Ghost)

As mocinhas românticas estão sempre na vanguarda da história do cinema. Elas se apaixonam, riem, choram, emocionam, nos fazem sonhar. Demi Moore fez tudo isso em Ghost – do outro lado da vida em 1992 ao encarnar de forma perfeita Molly Jensen, uma artista plástica que perde seu amado durante um assalto. Para manter contato com ele, ela recebe ajuda de uma médium nada convencional. O filme virou um fenômeno e a personagem de Demi criou estilo de moda encantando uma geração. Quem nunca sonhou em viver uma história de amor que ultrapassa os limites da própria morte? Todas queriam ser Molly, todas queriam ter seu corte de cabelo, e especialmente, encontrar um amor tão poderoso quanto o de Sam Wheat. O engraçado era que relutei bastante em assistir ao filme por conta da super promoção de minhas colegas que queriam ser algo que não eram. E quando finalmente baixei a guarda, também queria ser Molly Jensen, a primeira heroína do cinema que me fez acreditar na força do amor verdadeiro. 

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Battleship - A Batalha dos Mares (2012)

Battleship, 2012. Dirigido por Peter Berg. Com Taylor Kitsch, Alexander Skargaard, Liam Neeson, Brooklyn Decker e Rihanna.
Nota: 5,8

Atualmente, Hollywood está cada vez mais necessitada de encontrar qualquer coisa que inspire um roteiro, ou pelo menos que direcione uma produção. De quadrinhos a músicas, tudo é explorado ao máximo pela indústria cinematográfica, com seu potencial gigantesco para a comercialização, principalmente com o avanço inevitável de tecnologias que maquilam qualquer falta de criatividade. Com Battleship – A Batalha dos Mares, baseado no brinquedo batalha naval, o roteiro superficial tentar se esconder sob efeitos visuais exagerados, mas, com o passar do tempo, o público vai perceber que a história é tão repetida quanto à escolha de seus vilões.

O filme centra-se em Alex Hopper (Taylor Kitsch), um jovem folgado que leva uma bronca atrás da outra de seu irmão (Alexander Skarsgaard), oficial da Marinha que apaixona-se por Sam (Brooklyn Decker), filha do almirante Shane (Liam Neeson). Depois de um salto no tempo, Hopper se torna também um oficial da marinha, só que faz uma trapalhada atrás da outra. Mas terá de provar seu valor ao comandar a reação humana contra invasores de outro mundo, que, respondendo a uma mensagem enviada pelos humanos ao planeta deles, pretendem conquistar a terra.

Certamente o longa tem muito pouco a ver com o brinquedo, já que trataram de criar um cenário favorável a uma invasão alienígena para que o mote principal fosse mais interessante (ou rentável). A falta de um sentido começa no blá blá blá inicial de que o sinal de um satélite poderoso se comunicaria com um planeta distante e idêntico à Terra, dispensa qualquer tentativa de aprofundamento em questões de pura lógica. E como seria pior se entrassem de uma vez na ação, a primeira parte de Battleship se resume a um humor barato e forçado, construído por situações estúpidas e sem graça.

Quando de fato a ação começa, o diretor Peter Berg tem apenas o trabalho de selecionar as melhores tomadas para que as investidas das estranhas máquinas, que ora voam, ora navegam, vão ser inseridas. Seu trabalho é semelhante ao de Jonathan Liebesman em Invasão do Mundo – A batalha de Los Angeles, porém, as naves têm um efeito visual nauseante e é tão exagerado em luzes e sons que chega a ser desagradável. Mas os alienígenas humanóides, com estilo meio punk, são, de longe, os mais sem-noção.

A atuação de Kitsch só deixa de ser constrangedora quando para de tentar fazer comédia e parte para a briga nos momentos de batalha. Ele e o restante do elenco ficaram deslocados na indecisão do roteiro em seguir no humor ou se enfadar em meio a batalha. A cantora Rihanna está com um visual másculo, porém sua personagem é um estereotipo da mulher negra e valentona, com o adicional de só abrir a boca para declamar frases feitas.

Se esta crise de criatividade que se passa em Hollywood continuar, ainda veremos outras produções com um forte apelo visual e sem compromisso com o texto. Filmes que se não deixar o espectador com uma forte dor de cabeça, ao menos cumprirá o destino de sua existência, ou seja, ser o acompanhamento de um passeio ao shopping. Se for para apreciar este tipo de historinha batida e cheia de clichês hi-tech, é melhor alugar Independence Day e assistir em casa. Ao menos fica mais barato.

terça-feira, 15 de maio de 2012

HARRISON FORD

O herói aventureiro

“Terei enorme satisfação em trabalhar num filme de ação e aventura, se achar um roteiro que seja ambicioso que me proporcione algum prazer como ator. Mas, atualmente não tenho achado nenhum deste tipo que me dê vontade de investir meu tempo e energia. Eles simplesmente são violentos demais, são vulgares e têm baixarias demais. Por isso não os faço mais.”
Harrison Ford em entrevista a SET (Edição 40)

Os fãs de cinema podem até não conhecer o nome de batismo de um dos mais famosos atores da fábrica de sonhos e emoções. Mas certamente devem conhecer e muito Indiana Jones e Han Solo. Dois heróis das telas separados pelo tempo e espaço. Enquanto um mantém os pés firmes no chão, livre para se aventurar pelos quatro cantos do Globo terrestre, o outro voa pelo espaço travando uma incrível guerra nas estrelas por liberdade. Contudo, ambos dividem uma empatia estarrecedora perante o público. Embora não façam o tipo Brad Pitt ou Leo Di Caprio, é inegável que esses, dois maiores galãs de Hollywood, não tem um charme tão latente quanto nossos veteranos heróis e o homem por detrás deles.

O que se pode afirmar com certeza sobre ele é que não veio do espaço e sim de uma família de classe média na exótica Chicago em 13 de Julho de 1942. Sonhava na infância, ser alguém que tivesse raízes humanas comuns, sedentária ou coisa parecida. O plano era ser um simples fazendeiro ou um imponente guarda-florestal. Por hora isto o satisfazia, até que a ideia de aventurar-se pelos caminhos do cinema jogou sobre ele um poderoso laço. As inúmeras possibilidades de trabalhar com pessoas diferentes, a exigência de uma carreira excitante e o quão prazeroso isso seria, o motivaram a tomar rumos diferentes do que pensara. Então, se mudou para Los Angeles e começou sua aventura pessoal.

Como em guerra nas estrelas, nada foi tão fácil assim. Em 1964 a Columbia Pictures por meio do Programa Novos Talentos, esperou três anos para demiti-lo por achar que não possuía as características para um astro. Neste curto período, participou de filmes sem importância, e seu maior desafio foi de não perder sua essência pessoal e profissional. É difícil se manter firme e forte diante de um poderoso estúdio, mas nosso herói não é herói somente na ficção. Depois do conturbado episódio, apareceu na TV em pequenas participações. Foi nesta época que decidiu não participar de qualquer trabalho. Assim, se afastou temporariamente dos holofotes e se dedicou a marcenaria para se sustentar e a família. Uma esposa e o filho.

Não era apenas uma forma de sobreviver, e sim algo prazeroso. Durante sete anos, seu talento de marceneiro coexistiu com atuação. Neste período participou de filmes como A conversação (1974) de Francis Ford Coppola. A atividade extra setorial seria abandonada e mantida como apenas hobby, após a aventura em Hollywood se tornar uma realidade. Foi George Lucas que fez brilhar sobre ele uma luz tão forte quanto de uma estrela em Guerra nas estrelas (1977). Han Solo, o mercenário que se torna herói quase que por acaso, despertou as mais incríveis paixões em todos os fãs da franquia. As sequências astronômicas do filme de Lucas e o arqueólogo Indiana Jones no megassucesso Os caçadores da Arca perdida (1981), consolidariam de vez seu status de herói aventureiro. Personagem que o ator voltaria a encarnar em outras três sequências. A mais recente em 2006 com o retonro do velho Indy em O reino da caveira de cristal. O filme obteve até um relativo sucesso, e foi muito bem nas críticas propostas. No entanto, sua maior preocupação era de ser visto apenas como um herói de quadrinhos. Sendo assim, optou por papéis mais relevantes, em Blade Runner – o caçador de androides (1982) e A testemunha (1985), que lhe valeu uma indicação ao Oscar.

Como se vê, qualquer das opções profissionais que venha a tomar leva este carismático ator de olhos verdes e de feições confiáveis a um caminho estrelado de sucesso. A tranquilidade mantida na carreira tem a origem na tranquilidade e Paz de espírito do convívio familiar. Sua vida privada é sempre colocada de forma reticente por ele em todas as entrevistas procura preservar todo e qualquer detalhe a esse respeito. Discreto, age com naturalidade e sem paetês quando se trata de ajudar ao seu próximo. Mesmo que seja de outra espécie. Seu engajamento em sérias questões ambientais, o fez garoto propaganda de uma campanha global contra o tráfico de animais silvestres da África e outras. “Não creio que haja muitas diferenças entre seus personagens e sua pessoa. Não é obra do acaso que ele interprete tantos heróis. Ele personifica alguém em quem se pode confiar. Alguém que se encarregará de tudo, seja do dedo ferido de um menino, seja de salvar uma galáxia”, afirma Carrie Fischer (a eterna Princesa Lea de Guerra nas estrelas) ao ser questionada sobre o segredo do sucesso do colega.

Não é preciso lutar por quilômetros e quilômetros de galáxias distantes ou saltar de um tanque em movimento para ser equiparado a herói. O heroísmo consiste em desafiar os padrões sistêmicos dos poderosos e preservar o caráter e a dignidade mesmo quando todos esperam o contrário. Viver uma vida simples e pacata sendo apenas você. Preservar as pessoas que ama e em nenhum momento esmorecer diante de tantos obstáculos e ainda se tornar ídolo de toda uma nação cinematográfica. Indiana Jones e Han Solo conhecem exatamente esta indescritível sensação através de um astro de todas as galáxias entre a ficção e a realidade. Um astro de nome Harrison Ford.  

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Os dez melhores filmes brasileiros

Depois de dez anos do lançamento do maior primor de nossa cinematografia, Cidade de Deus (2002), parei para pensar quais eram os dez melhores filmes brasileiros de todos os tempos. Depois de uma análise dentro de meus conhecimentos, relacionei a importância histórica com o sucesso de público e crítica, e claro, a qualidade cinematográfic da obra. Eis os meus escolhidos, e por favor, sintam-se à vontade para escolher os seus e votar na enquete ao lado, em seu preferido. Aí sim poderemos, em conjunto, descobrir se o filme de Meirelles foi mesmo o melhor.


10- Lavoura Arcaica (2001)
Dirigido por Luiz Fernando Carvalho. Com Selton Mello, Raul Cortez, Leonardo de Medeiros, Juliana Carneiro, Simone Spoladore e Caio Blat.
Nota: 8.6
Muito bom filme de Carvalho que soube captar os profundos sentimentos que pertubam os personagens e o público. A crise familiar que se contitui da autoridade brutal do patriarca, a melancolia da mãe, e agravada pela paixão de um irmão pela bela irmã, constroem um cenário psicologicamente assustador. Para completar, atuações soberbar de Raul Cortez e Selton Mello.


9- Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976)
Dirido por Bruno Barreto. Com Sônia Braga, José Wilker, Mauro Mendonça e Nelson Xavier.
Nota: 8.8
Por muito tempo foi o recordista absoluto de público do cinema nacional, conta a história de um triângulo amoroso incomum, formado por Flor (Braga), Vadinho (Wilker) e Teodoro (Mendonça). O mote principal é no melhor estilo Jorge Amado, com o tom satírico de contranstre da sociedade puritano (e cínica) e a devassa, comum e de conhecimento geral. Dentro todos os triunfos de Barreto, o maior e talvez responsável pelo excelente público, foi a aura erótica e cômica. Muito bom.


 8- O Pagador de Promessas (1962)
Dirigido por Anselmo Duarte. Com Leonardo Villar, Gloria Meneses, Norma Bengell, Dionísio Azevedo e Geraldo Del Rey.
Nota: 8.9
Vencedor da Palma de Ouro em Cannes, é uma das mais belas, e tristes, história de nosso cinema. A saga de Zé do Burro para cumprir uma promessa feita em um terreiro de candomblé para que seu melhor amigo, um burro, melhorasse. Porém, quando tentou entrar na igraja com a pesada cruz que se propôs a carregar, foi impedido pelo padre. Uma parábola sobre o poder intrangisente da igreja, além de um grito de socorro dos desfavorecidos. O choque de poderes que ilustra com perfeição quem realmente dita as regras no mundo ocidental. Ótimo.

7- Abril Despedaçado (2001)
Dirigido por Walter Salles. Com Rodrigo Santoro, José Dumont, Rita Assemany e Wagner Moura.
Nota: 9.0
A arrebatadora adaptação da obra de Ismail Kadare por Karim Ainousz, traz a história da busca de vingança do jovem Tonho (Rodrigo Santor, ótimo), contra uma família rival, que seu pai (José Dumont) afirma ter sido a responsável pelo assassinato de seu irmão. Cinematografia primorosa de Salles, que soube transportar o clima claustrofóbico que pertuba o jovem. Walter Carvalho impõe uma fotografia que exala dramaticidade do início ao fim.

6-  Terra em Transe (1967)
Dirigido por Glauber Rocha. Com Jardel Filho, Glauuce Rocha, José Lewgoy e Paulo Autran.
Nota: 9.1
Obra de cunho político exarcebado e conduzido com excelência por Rocha, que traz a história da fictícia cidade de Eldorado e sua spendengas políticas. Uma metáfora corajosa que constituiu o cenário político brasileiro daquele período (década de 60). Um libelo deo Cinema Novo, o movimento mais famoso do cinema brasileiro, que coroou a carreira brilhante, e curta, de Glauber Rocha. Alguns criticam sua complexida, o que não tira seu mérito.

5- Pixote - A Lei do Mais Fraco (1981)
Dirigido por Hector Babenco. Com Marília Pêra, Fernando Ramos da Silva, Jorge Julião, Gilberto Moura, Rubens de Falco e Beatriz Segall.
Nota: 9.1
O melhor representante do cinema marginal paulista. Mostrou de forma nua e crua as provações dos garotos de rua da maior metrópole do Brasil. Babenco buscou na interação e utilização dos sem-teto uma aproximação ainda maior com a realidade. Marília Pera faz a prostituta que se torna uma "mãe postiça" do personagem-título, e em muitas cenas chega ao limite (como na cena em que segura o menino nos braços enquanto lhe suga o seio). Sucesso formidável na crítica internacional, foi indicado ao Globo de Ouro de filme estrangeiro.


4- Tropa de Elite 2 - O Inimigo Agora é Outro (2010)
Dirigido por José Padilha. Com Wagner Moura, Irandhir Santos, Maria Ribeiro, Milhem Cortaz, André Mattos e André Ramiro.
Nota: 9.3
O maior público da história de nosso cinema é uma amarga visão do cenário político brasileiro. Atráves do mitológico Coronel Nascimento, acompanhamos como  a máquina administrativa é uma das responsáveis pelo crime organizado no Rio de Janeiro e no resto do país. Padilha conduz a câmero inquieta de forma que o expectador sinta toda a agitação e extase do personagens principal. A figura de Nascimento representa a vontade de fazer justiça que todos brasileiros sentem ao assistir os noticiários. Faca na Caveira.

3- Central do Brasil (1998)
Dirigido por Walter Salles. Com Fernando Montenegro, Vinicius de Oliveira, Marília Pera e Mateus Nastchergaele.
Nota: 9.5
Uma bela e comovente história genuinamente brasileira, se tornou o mais o nosso mais filme mais premiado devido ao trabalho meticuloso de reconstituição de tempo e lugar de Salles. A fotografia torna cada vez mais intimista a relação de Dora (Montenegro) e Josué (Oliveira) no retorno do menino para o sertão nordestino. Vencedor do Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro, recebeu duas nomeações para o Oscar para filme estrangeiro e para a extraordinária atuação de Fernanda (à qual o filme deve no mínimo metade de seu triunfo).

2- Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964)
Dirigido por Glauber Rocha. Com Othon Bastos, Yoná Magalhães, Geraldo Del Rey e Maurício do Valle.
Nota: 9.7
O maior ícone do movimento do Cinema Novo, o filme do ainda jovem Glauber Rocha é controverso e pertubado e acompanha a saga de uma família em fuga pelo sertão nordestino. Este libelo de nosso cinema mudou o curso da cinematografia nacional e influência outros tantos pelo mundo afora. A estética vanguardista de Rocha exprime todo seu espírito em cada quadro em que o longa se passa e, como na maioria de seus filmes, sua complexidade confunde o público. Obra de arte e cinema de mestre.

1- Cidade de Deus (2002)
Dirigido por Fernando Meirelles. Com Mateus Nastchergaele, Leandro Firmino da Hora, Seu Jorge, Douglas Silva e Alice Braga.
Nota: 9.8
A suprema obra-prima de nossa cinematografia, que recebeu diversos prêmios e indicações por onde passou, além, óbvio de suas 4 indicações ao Oscar para diretor (Meirelles), fotografia (Charlone), montagem (Rezende) e roteiro adaptado (Mantovani). É considerado o melhor filme latino-americano da história e sétimo melhor entre todos pela revista americana Empire. Brilahnte do início ao fim.
http://cineposforrest.blogspot.com.br/2012/05/cidade-de-deus-2002-10-anos.html